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Relatos de estudantes

DESEJO IR EM ALTO-MAR (2021)

Desejo ir em alto-mar, desfazer amarras do que não sou. Dançar baião com cardumes furta-cor, incapturáveis. Nadadores fugidos das histórias des-contadas. Guardadores dos contos sobre exploração da carne, reconstrutores de si e de mundos perdidos. Desejo chegar ao chão escuro das profundezas oceânicas, desnuda ao lado de Wallace e David, no Repertório ainda não contado. Círculo pelada, ácrona, de futuro e passado. Desejo ser suor interpelante, de nudez exuzíaca e bela. Para que no breu fluoresça a melanina da pele amefricana. Seus tons cintilantes e escamados de verde e lilás.

No cardume não há opostos… é sempre movimento. Refazimento de si e das águas envolventes. Sua malemolência esquiva das predações evolucionistas, presunçossas fotografias oitocentistas, tipos negros, paisagens tropicais, escravidão, belas vistas. Minha remada é ginga desconhecida dos pseudocientistas. Sobrevive no caminhar conjunto dos múltiplos eus. Não andamos sós. No cardume eu cuido de ti, sou contigo e coreografamos o canto umuntu ngumuntu ngabantu para entrar na correnteza.

Depois que o perigo passa, vamos em todas as direções, mostrando cada qual uma beleza sem igual. Ficam as cerâmicas autônomas de Ana das Carrancas, longe das proas, exibindo parceria e comunhão. Daí que vem a verdadeira curadoria: dos barros de Nanã, das amas de leite nannies, dos corais sincréticos de Sant’Anas. Ela vem das sobre-vidas e da plenitude das trocas.

Mas a humanidade está doente. Descuidada de sua natureza. Esquecida de sentir: comer, cheirar, tocar, ver e ouvir o que de fato importa. “From here I saw what happened and I cry. I saw they looking at me. I saw they prayed far from home. I saw a scar under tree. I saw a bird sing alone.

Será possível refazer o trajeto de quem pousou neste quintal? Descobrir os nomes ausêntes naquele óleo sobre tela emoldurada? Migrar rumo ao Sul, na contramão do sistêmico furacão colonial? Será possível chegar às alturas, pelas teias de Ananse e lá ouvir histórias de cura e liberdade compartilhada, descondicionada da exploração do outro-eu? Ultrapassar os muros privados, cercados institucionais, formações segregatórias, isolamentos pandêmicos e lógicas capitais? Reconhecer a dimensão oral das ciências, os saberes que passam pela convivência? Mesmo sem registros formais, o diálogo é fonte da água forte, rica e permissiva. Basta abrir os ouvidos para ouvir. Mas quem não arrisca se molhar não percebe que dá pé nadar além da Ilha das Convenções.

Vale cuidar para não cair em mundos perfeitos, candidaturas mitológicas… ilusões. “Exu matou um pássaro ontem, com a pedra que arremessou hoje”. As distopias de agora germinaram do plantio das utopias. Autocrítica é um exercício sem fim, e amanhã ainda restarão ramos pra podar, memórias pra curar. Nesse mundo não existe pureza de sangue ou ideal. A natureza é múltipla. Muitas sementes acordarão para celebrar as diferenças na cor das pétalas e no sabor das frutas. As idealizações fogem das demandas diárias, do inverno-verão, do arroz com feijão, sede rasgada, secura do chão, do presidente alheio ao preço do pão. O amor perfeito massacra a linha das rugas, o brilho grisalho dos fios e os prazeres de viver assim. O jovem modelo, padrão de beleza, está sem likes porque o tempo das narrativas hegemônicascustou caro, e ainda estamos a pagar.

No caminho da universidade, uma nova geração retinta ouve o hit I can’t breathe. Ela lê, produz, defende, consome, faz ruído e faz o ruído crescer em frente à placa “silêncio” da galeria, nos Jardins. Ela produz mais porque não espera “as galerias e as casas de show se abrir. Ela pixa, lambe, faz meme, passinho, rolezinho e pergunta aos delegados: “Quem mandou matar Marielle?”. Ela pinta de preto o papel pardo e navega fora das exposições temáticas de novembro, porque não dá para tirar onda de ser preto um dia e branco no outro. Ela voa nas asas do guira-una e nada no cardume filosófico do Sul-Global, para falar mais do azul do que sobre tudo aquilo que não me deixam esquecer.

Agora, para falar dessas coisas… sobe… toma ar …

Legenda

Fotografia: Carolina Gracindo

Para falar das cicatrizes e feridas abertas, ainda ardidas e sedentas de cura-dores, é preciso mirar mais fundo. Perfurar a imensidão azul, lembrar dos descuidos, sucateamentos, negligências, incêndios de nossas memórias e políticas de morte. Cuidar das cinzas, enxergar o sangue, o suor e queimaduras na pele. Reconhecer o déficit de representação dos corpos das mulheres, dos negros e dos indígenas nas cadeiras de decisão. Precisamos de curandeiras sabidas de apreciar sem explorar. De corpos nadantes, vissungos do canto das baleias para articular intersecções, dar conta de correntes cruzadas, ancestrais e invisibilizadas. Pensar novos repertórios de arquivos-tesouro a partir dos silêncios e lacunas históricas. O reflexo de muitos rostos ainda é turvo nos museus.

Novos mergulhos podem girar o sentido dos vetores de costume. Ir da faculdade para a Educação Infantil, até crianças de pés descalços que nunca viram o mar. Dar respiro para criatividades permissivas, conhecimentos comunitários, experiências particulares e potências inerentes. Viver interações inesperadas, em que a sauna pode ser lésbica e as emoções são bem-vindas, porque lágrima é “cura que já vem com sal”.

A tal contemporaneidade diluiu linearidades em redes-tarrafa policentradas. Necessitamos buscar “la revelación de fuerzas que nos ligan / Se mezclan semillas de diversidad / Y la cosecha aclara todo lo que importa / Aclarate con la oscuridad. Tornar o museu um lugar mais plural: reflexo e casa do nosso povo.

As respostas não vêm fechadas. A convivência gera arranjos. No mar-alto, a constelação é de outra ordem. E, para entender a altura das ondas que estão por vir, é preciso cruzar a “Linha de arrebentação”:

“Fazer um poema que desarrume a própria cabeleira
e quebre nas nossas cabeças
como uma boa
arrebentação

de só restar areia espuma
e sal entre os dentes
gastos.

E não diga que não avisei:
poesia é mar fundo, praia
de tombo”. (CÔRTES, 2020)

Aqui, descanso um pouco. Numa costeira de areia fina, trazida das ondas, sem caminhos prontos ou limites demarcados…

e onde não há ponto final

Bibliografia

ALVES, Miriam. O Corpo Pelado. In: Juntar Pedaços. Rio de Janeiro: Malê, 2021.

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. The danger of a single story. TEDGlobal. TED: Ideas worth spreading. 2009. Disponível em: . Acesso em: 07 out. 2021.

CÔRTES, Joana. Linha de Arrebentação. In: Linha de arrebentação. São Paulo: Ed. Urutau. 2020.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, v. 92, n. 93, p. 69-82, (jan./jun.), 1988b, p. 69-82. Disponível em: https://institutoodara.org.br/wp-content/https://estudosdecoloniais.mac.usp.br/uploads/2019/09/a-categoria-polc3adtico-cultural-de-amefricanidade-lelia-gonzales1.pdf. Acesso em: 21 out. 2021

GELEDÉS. Ubuntu. A Filosofia Africana Que Nutre O Conceito De Humanidade Em Sua Essência. Portal Geledés, 2016. Disponível em: https://www.geledes.org.br/ubuntu-filosofia-africana-conceito-de-humanidade-em-sua-essencia/. Acesso em 21 out. 2021.

HALL, S. A relevância de Gramsci para o estudo de raça e etnicidade. In: HALL, S. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2003. p. 294-334.

INSTITUTO TOMIE OHTAKE. Maxwell alexandre – pardo é papel. São Paulo: Instituto Tomie Ohtake, 2021. Disponível em: https://www.institutotomieohtake.org.br/exposicoes/interna/pardo-e-papel. Acesso em: 24 out. 2021.

LIMA, Diane. Valongo Festival International da Imagem. O melhor da viagem é a demora. Revista C& América Latina, 2019. Disponível em: https://amlatina.contemporaryand.com/pt/editorial/the-best-part-of-the-trip-is-the-journey-valongo/. Acesso em 24 out. 2021.

LYOTARD, Jean-François. A Condição Pós-Moderna (20a ed.) Rio de Janeiro: José Olympio, 2021.

MIRANDA, Eduardo. Polícia do Rio de Janeiro troca delegado do caso Marielle Franco e Anderson pela quarta vez. Brasil de Fato. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2021/07/07/policia-do-rio-de-janeiro-troca-delegado-do-caso-marielle-franco-e-anderson-pela-quarta-vez. Acesso em 07 out. 2021.

MOMA. From Here I Saw What Happened and I Cried | Carrie Mae Weems. UNIQLO ArtSpeaks/ MoMA’s ArtSpeaks program. 2021.

NEUFELD, Paulo M. A tradicional ética africana do ubuntu e a moderna liderança empresarial: à guisa de uma introdução para a gestão laboratorial. Revista Brasileira Análise Clínica. Rio de Janeiro, v. 48, n. 3, p. 178-181, 2016. Disponível em: http://www.rbac.org.br/wp-content/https://estudosdecoloniais.mac.usp.br/uploads/2016/11/RBAC-48-3-2016-completa-corrigida-22.11.16-final.pdf. Acesso em 21 out. 2021.

OLIVEIRA, Flavia. As voltas que o mundo dá. Portal Geledés, 2015. Disponível em: https://www.geledes.org.br/as-voltas-que-o-mundo-da/. Acesso em 21 out. 2021.

RANGEL, Luiz. Conversa com Wallace Ferreira e Davi Pontes, Serpentes à espreita. Revista C& América Latina, 2021. Disponível em: https://amlatina.contemporaryand.com/pt/editorial/serpentes-a-espreita-wallace-ferreira-davi-pontes/. Acesso em 17 out. 2021.

SANTOS, Juliana. MaPA | Juliana dos Santos | “Entre o azul e o que não me deixo/deixam esquecer”. São Paulo: Paço das Artes. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6Z5mFwGcK-E. Acesso em 24 out. 2021.

TOMAZ, Kleber. Após invasão em 2008, pichadores são convidados a voltar à Bienal. Portal G1: 2010. Disponível em: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/09/apos-invasao-em-2008-pichadores-sao-convidados-voltar-bienal.html. Acesso em: 24 out. 2021.

Legenda

Fotografia: Carolina Gracindo

  • 1Davi Pontes e Wallace Ferreira são artistas que performam práticas coreográficas, orientadas à elaboração de estratégias de autodefesa. Os trabalhos que realizam, denominados Repertório, compõem uma trilogia em que os corpos se movimentam num tempo uno, que mescla passado, presente e futuro.
  • 2A associação revolucionária da nudez com Exu fica evidente nas questões morais e políticas que recaem sobre os corpos em nossa sociedade. O trecho reverencia a escritora brasileira, ativista e poeta Miriam Alves, fazendo referência ao conto “O Corpo Pelado”, que foi base de estudo durante o webinário do MAC-USP. No conto, a autora descreve-se mulher nua e tranquila, sorrindo na frente do espelho e pensando na frase: “toda nudez é exuzíaca”. (ALVES, 2021, p. 17).
  • 3Amefricano é um termo cunhado por Lélia Gonzales para encaminhar a construção de uma identidade étnica aos descendentes de africanos nascidos nas Américas do Sul, Central, Norte e Insular, por meio de uma categoria que “nos permite ultrapassar as limitações de caráter territorial, linguístico e ideológico” e incorporar “um processo histórico de intensa dinâmica cultural (adaptação, resistência, reinterpretação e criação de novas formas) que é afrocentrada” (GONZALEZ, 1988, p. 76-77).
  • 4Umuntu ngumuntu ngabantu: “uma pessoa só se faz pessoa a partir de seu relacionamento com outras pessoas”. Trata-se de um provérbio xhosa e zulu que segue a filosofia moral e humanista ubuntu. “O ubuntu nasce da ideia ancestral [1.500 anos a.C.] de que a força da comunidade vem do apoio comunitário e de que a dignidade e a identidade são alcançadas por meio do mutualismo, da empatia, da generosidade, do compromisso comunitário e do trabalho colaborativo em prol de si mesmo e dos demais. Nesse sentido, o ubuntu se diferencia da filosofia ocidental derivada do racionalismo iluminista que coloca o indivíduo no centro da concepção de ser humano” (NEUFELD, 2016).
  • 5Reverência a Ana Leopoldina dos Santos (Ouricuri, 18 de fevereiro de 1923 - Petrolina, 1 de outubro de 2008 (85 anos), artesã ceramista de Pernambuco.
  • 6Nanã, Anamburucu ou Nanan Buruku (em iorubá), a mais antiga dos orixás, senhora da sabedoria, dos pântanos e do barro usado como matéria-prima do ser humano.
  • 7Nannies: babás (GRACINDO, 2021, tradução nossa).
  • 8“From here I saw what happened and I cry” é uma obra instalação da artista Carrie Mae Weems que trata da injustiça racial americana. Para saber mais, indica-se o vídeo on-line do Museum of Modern Art de Nova York, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5pcf6z5qHTU.
  • 9“Daqui eu vi o que aconteceu e chorei. Eu os vi olhando para mim. Eu vi que eles oravam longe de casa. Eu vi uma cicatriz embaixo da árvore. Eu vi um pássaro cantar sozinho” (GRACINDO, 2021, tradução nossa)
  • 10Anansi, Ananse, Anancy. É uma lenda africana que conta sobre o tempo em que não havia histórias na Terra, pois todas pertenciam a Nyame, o Deus do Céu, e como Kwaku Ananse (o ser-aranha) usa sua criatividade, sabedoria e astúcia para trazer histórias para serem contadas na Terra. Em paralelo, Ananse Ntontan é um infográfico do povo Akan, da África Ocidental, que carrega a simbologia da sabedoria, da esperteza, da criatividade e da complexidade da vida.
  • 11O ditado é extraído do mito de Exu, o “mensageiro, porta-voz, intérprete, ensina a Enciclopédia brasileira da diáspora africana, de Nei Lopes. Noguera completa: 'É o orixá que abre caminho para o acontecimento.
  • 12Dentre os estudos que abordam a crise das narrativas universais, podemos citar as reflexões sobre o conceito de hegemonia feitas pelo jamaicano Stuart Hall no texto A relevância de Gramsci para o estudo de raça e etnicidade, assim como a enunciação do fim das metanarrativas, feita por Lyotard na obra A condição pós-moderna. Mas este trabalho destaca a fala de Chimamanda Ngozi, durante o discurso "The danger of a single story", proferido no evento Tecnology, Entertainment and Design (TED), em 2009.
  • 13A frase “I can’t breathe” tornou-se slogan do movimento “black lives matter” após a repercussão do caso de Eric Garner e George Floyd, dois homens afro-americanos mortos por sufocamento por causa do abuso de autoridade e violência de policiais brancos, em 2014 e 2020, respectivamente.
  • 14Trecho da música "Liquida", do artista multimídia e rapper brasileiro nascido em Guarulhos, conhecido como Novíssimo Edgar.
  • 15Três dos pichadores que pintaram o espaço vazio, sem autorização, na Bienal de 2008, foram convidados a expor na 29ª Bienal com um trabalho documental, denominado "Pixação SP", em 2010.
  • 16“A Presença Negra” (2000) foi um manifesto de ocupação de espaços culturais por pessoas negras, idealizado pelos artistas Moisés Patrício e Peter de Brito.
  • 17A investigação sobre a execução da vereadora Marielle Franco, assassinada no dia 14 de março de 2018 na Zona Norte do Rio, arrasta-se desde 2018 e já teve quatro trocas de delegados no caso. (MIRANDA, 2021).
  • 18"Pardo é Papel" é o nome da primeira mostra individual de Maxwell Alexandre em São Paulo, realizada no Instituto Tomie Ohtake. A exposição "remete a maio de 2017, quando o artista pintou alguns autorretratos em folhas de papel pardo perdidas no ateliê. Nesse processo, além da sedução estética potente, ele percebeu o ato político e conceitual que está articulando ao pintar corpos negros sobre papel pardo, uma vez que a 'cor' parda foi usada durante muito tempo para velar a negritude" (INSTITUTO TOMIE OHTAKE, 2021).
  • 19Também chamado graúna (do tupi “guira-una” = ave preta), chico-preto (Maranhão e Piauí), arranca-milho, chopim, chupim (São Paulo), chupão (Mato Grosso), assum-preto e cupido (Ceará), melro e craúna (Paraíba).
  • 20A artista Juliana dos Santos fez a obra “Entre o Azul e o que não me deixo/deixam esquecer” após pesquisa sobre a cor como experiência de vida e reflexões sobre a natureza e a cura.
  • 21Muitos casos de negligência política levam a perdas definitivas de acervos das instituições, guardadoras da memória de nosso povo. Um caso lembrado pelo curador Claudinei Roberto, em um dos encontros do Webinário MAC USP, foi o incêndio que destruiu o Museu Nacional, na Zona Norte do Rio, em 2018.
  • 22Em diferentes ocasiões, as pesquisas, as falas e a postura do artista e curador Claudinei Roberto da Silva destacam a necessidade de reorganização do pensamento científico, com o intuito de alcançar campos de estudo sobre as camadas narrativas que foram invisibilizadas na história da humanidade. Dedicando maior atenção à construção de memórias que entrecruzam fontes diversas, muitas vezes externas aos meios institucionais. Na ocasião do Webinário MAC USP PROCESSOS CURATORIAIS (2021), Claudinei defendeu a recomposição das fontes de conhecimento com a obra História e Memória (1996), do historiador Jacques Legoff.
  • 23A artista mineira Malú Avelar “propõe o projeto de imaginação política Sauna Lésbica. A instalação parte da criação de um espaço conceitual e político imaginário, organizando-se a partir de negociações coletivas e propositivas para pensar, através da arte contemporânea, as lesbianidades, o autocuidado, sendo também um ponto de encontro e celebração dos corpos dissidentes em suas diversas formas de expressão” (LIMA, 2019).
  • 24Em um dos encontros do Webinário MAC USP PROCESSOS CURATORIAIS (2021), a artista e curadora Renata Felinto pontuou, com esta frase, a importância de acolher as emoções – como resposta legítima de atravessamentos poéticos – nos espaços da academia. A questão da “cura” esteve presente tanto nos diálogos sobre os processos criativos de artistas contemporâneos como nos caminhos emancipatórios dos estudos decoloniais em Artes Visuais.
  • 25“Precismos buscar a revelação das forças que nos unem / Sementes de diversidade são misturadas / E a colheita esclarece tudo o que importa / Esclareça com o escuro”. Música ‘Aclarate’, de Tiganá Santana (2019) (GRACINDO, 2021, tradução nossa).
  • 26O poema “Linha de arrebentação” foi transcrito do livro homônimo, criado pela poeta preta sapatã das águas salobras de Aracaju, Joana Côrtes.